terça-feira, 12 de setembro de 2017

OPINIÃO - A CRIMINALIZAÇÃO DA POLÍTICA

O taxativo esforço em se criminalizar a política tem vários desdobramentos, inclusive o perigoso caminho de retrocedermos à época dos extremos. A política é certamente o meio mais democrático de se discutir caminhos para solução das mazelas sociais, todavia, é notório que quando composta por atores de personalidades distintas e apartadas dos propósitos coletivos, certamente deturpará o propósito fim da política.
É preciso duvidar de tudo o que se lê, se ouve e se vê... A informação deve ser filtrada no crivo da consciência, onde confrontará com os conhecimentos já adquiridos, e mesclará com uma opinião já formatada. Mas é necessário este filtro. A vulgarização da política como adjetivo de coisa errada, tem se impregnado cada vez mais no seio social, e criado muitas vezes juízo de valor acerca de determinado nome, descartando o fato, e criando o mais nocivo, o pré julgamento.
A corrupção quase que generalizada, impõe a sociedade cenários que projetam o menos ruim ao invés do melhor... Distorce vontades, e aparta cada vez mais o meio social do meio político... As frequentes abstenções nos processos eleitorais retratam um cenário de uma população cada vez mais enojada de política, e que prefere se abster do processo político do que enfrentá-lo e opinar. Na verdade, o que os maus políticos querem é esse isolamento, visto que a política é terreno fértil para debates e soluções para problemáticas sociais, e não lugar de se fazer meio de vida.
Reformar a política passa por três pilares: a) O fim da reeleição em todas as esferas; b) A desoneração do processo político; c)E as candidaturas avulsas. Iremos pontuar a seguir cada ponto, mas sem antes lembrar que pro processo melhorar, é preciso educar nossos eleitores para a escolha adequada, e isso certamente demanda muito tempo, recursos e o que é pior para a classe política: Libertará o eleitor.
O fim da reeleição certamente corrigirá esta aberração que distorce o espírito da democracia em se ter no mandato uma contribuição, e não uma confusão do público com o privado. Do Vereador ao Presidente da República, é preciso lembrar que o cargo eletivo deve ter caráter de transitoriedade, de contribuição, e não meio de vida. A desoneração política é um fluxo natural com os adventos dos freios como a Ficha Limpa, os limites dos gastos com diminuição progressiva e a própria transparência... Porém o vulgo caixa dois é algo que salta aos olhos da cega Justiça Eleitoral, e faz mal ao processo pois permite que negociações de alcovas sejam ajustadas ao redor do mandato. Outra pontuação é sobre a desobrigatoriedade da filiação como direito à candidatura, pois a aglomeração partidária deve ser balizada na conquista ideológica, por motivações livres que jamais devem ter as correntes da obrigatoriedade como pretexto de enfraquecimento partidário.
Os ajustes na Política, não podem mais serem instrumentos de situação, que se moldam para cada eleição e depois se muda novamente, conforme a vontade da classe política da época. Precisamos ter Leis fortes e contundentes, que balizes e dê ao processo político a legitimidade das urnas e da origem do poder para a valorização popular.

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