O triste episódio do Edifício Andrea, que desabou em
Fortaleza ontem (15), foi uma fatalidade, anunciada é verdade, mas não deixa de
ser uma fatalidade. Os fatos apurados e descritos até agora, denotam que o
prédio passava por conservações, melhorias nas estruturas, e isso por si,
mostra a vontade adversa ao ocorrido. Não foi observado em nenhum relato o dolo
em se obter o resultado do triste fato.
Entretanto, com o prédio no chão, houve uma mescla de
desespero dos que tinham parentes envolvidos, profissionais de segurança
envolvidos na resolutividade do problema, voluntários que se avizinhavam ao
problema alheio e tentavam de fato ajudar com desprendimento, e políticos... Não
foram poucas as selfies, lives, transmissões ao vivo de políticos que
esforçavam-se aproximar da tragédia como forma de estar visível ao problema,
que ganhou amplitude nacional.
A política é meio, e nunca fim. É por meio da política que
se materializa a sensibilidade pública em direcionar meios de resolução de
problemas como a tragédia de Fortaleza. Mas é repugnante, apropriar-se de um
desastre para se dar amplitude de pseudos feitos, de espuma densa, quando na
verdade o propósito fim não é ajudar, mas aparecer e galgar louros eleitorais.
O que é mais significativo, a vida alheia ou a eleição vindoura?
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