A memória nos açoita covardemente ao trazer neste dia de finados momentos derradeiros e dolorosos de que amaremos perpetuamente. Não é o ente que perdemos, mas a saudade que nos deixa a ausência material, o vácuo físico inexistente e a dor que aperta e maltrata dia a dia, e que carregaremos até nosso derradeiro suspiro.
Há reencontros futuros? Vida adiante da morte? Não sabemos atestar, mas a fé nos induz à crença. O dia de finados é data simbólica, mas que reabre feridas que na verdade sempre estiveram ali, sendo cotidianamente insultadas pela memória. A perda é sentimento complexo, com carga emocional intensa, que separa corpos e une almas.
O tempo, nos serve como afago convívio, mas é mero alívio superficial, só trata as consequências, pois a causa é intratável. Perder Pai, Mãe, Filhos, entes queridos, que participaram de alguma forma da nossa construção terrena, é dolorido, mórbido, sofrido é uma fonte involuntária de lágrimas teimosas, que desobedecem a vontade.
A fé é o melhor dos tratamentos, é por meio da crença onde as vista não alcançam que nos permitimos conviver, muitas vezes pacificamente com a dor da perda. Independem da crença religiosa, se temos um Deus supremo, e somos convictos que nada neste plano acontece que não seja da vontade dele, e que somos meros instrumentos da sua vontade, nos remete a pensar que o Criador tem um plano para cada criatura feita a sua imagem e semelhança. Daí um dia, que sabe se o abraço tão esperado, não cure definitivamente a ferida.
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