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| Fonte: Cartunista e ativista político Carlos Henrique Latuff |
O nosso sistema de escolha está falido, apodrecido e viciado. Não escolhemos de fato, mas chancelamos imposições que a força do dinheiro coloca-nos a disposição. Estamos produzindo carceres políticos para nós mesmos. Somos uma mistura de cúmplice e vitima sistematicamente do sistema, onde escolhemos pautados por diversos fatores, menos programaticamente. As propostas são repetitivas e basicamente as mesmas dos adversários, justamente para confundir o eleitor.
Fala-se muito em reforma política, e que esse será o remédio para todos os males. Não creio que somente isso seja necessário, haja vista que a mente da maioria é corruptível. Se faz necessário reformar também a cultura eleitoreira da grande maioria, o desinflacionamento do processo político é vital, a equidistância entre candidatos é de fundamental importância, enfim, precisamos de um processo que seja de fato isonômico e alheio as vontades do poder.
Como escolher hoje com a pressão das mídias, com a indução dos institutos de pesquisas, com a ingerência do Poder (Prefeito, Governador e Presidente), com a vontade doadora das empresas que constroem ou prestam serviços para a máquina estatal???? Como admitir candidatos com bens bloqueados e indisponíveis pela justiça concorrer??? Como uma liminar se sobrepõe a uma Lei de iniciativa popular??? É de fato contrário a plenitude da democracia que se escolhamos nossos representantes com o aparelhamento estatal nas campanhas fazendo suas vontades...
A Reeleição tem que cair, não por nada além do espirito de perpetuação no poder... A alternância é de fato o oxigênio da democracia, e é exatamente o que precisamos pros nossos dias, senão é simples, mudemos logo para uma Monarquia, e nomeia-se um Rei e dividam o Brasil diretamente em feudos, glebas de terras com títulos de posse.
O voto tem que ser livre, e não encabrestado pelos que habitam o poder e detém o dinheiro...
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