Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/12/05/brasil-gasta-r-164-mi-ao-ano-com-aposentadorias-de-juizes-condenados-pelo-cnj.htm |
Uso do cargo para
beneficiar loja maçônica, vendas de sentenças, relações pessoais com
traficantes e assédio sexual a servidoras de tribunais. É grande a lista de
crimes cometidos por juízes e desembargadores em todo o país que levou o CNJ
(Conselho Nacional de Justiça) a determinar a aposentadoria compulsória de 48
magistrados desde 2008. A punição por aposentadoria compulsória custa aos
cofres públicos anualmente R$ 16,4 milhões em pensões vitalícias e valores
brutos, conforme levantamento inédito feito pelo UOL.
O montante gasto com os 48
magistrados condenados pelo CNJ daria para pagar com folga durante três anos os
salários dos 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Eles custam,
juntos, cerca de R$ 5 milhões por ano entre vencimentos e impostos.
Em valores líquidos, após o desconto
de impostos, a folha salarial dos ministros cai para R$ 3,2 milhões por ano. A
remuneração dos magistrados punidos pelo CNJ fica em R$ 11,85 milhões anuais.
O valor médio recebido anualmente por
juiz ou desembargador condenado com a aposentadoria compulsória varia de R$ 237
mil a R$ 329 mil, conforme a diferença entre vencimentos líquido e bruto. Os
valores mensais foram multiplicados por 13 meses para chegar ao total anual,
considerando o 13º salário.
Os dados foram
coletados pelo UOL nos sites de transparência
dos tribunais brasileiros e, em alguns casos, em valores informados pelas
assessorias de imprensa dos órgãos judiciários.
Duas resoluções do CNJ determinam
total transparência na folha de pagamentos dos tribunais. Mas nem todos cumprem
a determinação. Os Tribunais de Justiça da Paraíba e do Rio de Janeiro não
disponibilizam os dados.
A reportagem procurou as assessorias
para acessar os números, mas não obteve resposta. Uma servidora que pediu para
não ser identificada disse que foi "repreendida" por solicitar os
dados internamente.
Para o ex-corregedor do CNJ Gilson
Dipp, a dificuldade em ter acesso a informações que deveriam ser públicas
ocorre porque "a Justiça não tem muita transparência".
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