Existem várias razões pelas quais Lula não seria e não será
candidato! Mesmo que as coisas se compliquem para os lados de Dilma,
mesmo no desespero do PT, Lula não assumiria o risco de se aventurar a
uma disputa que ele não tem menor ideia em resultará.
Isto porque
a realidade atual nem tem nada a ver com 2002 e nem o desejo de
mudança apostava tanto as suas fichas no metalúrgico fazendo com que ele
se transformasse no estuário das esperanças de milhões de sem vez e sem
voz, Brasil afora!
Os tempos são outros e as circunstâncias são
diversas. Sabe bem o ex-presidente que a economia se desorganizou de tal
maneira, os seus fundamentos estão totalmente desalinhados, a confiança
dos agentes econômicos está muito baixa e o otimismo da população
perdeu o elan de outrora. Além de ter que dar um pesado e desgastaste
freio de arrumação para reorganizar as finanças públicas e restaurar a
confiança dos agentes econômicos, a atividade produtiva internacional
ainda retoma, lentamente, o dinamismo de outrora. E, até mesmo as
agências de rating só irão sugerir o Brasil como destino de aplicações
em Bolsa, investimentos diretos e outras ações de investidores
externos, quando tiverem a certeza de que uma política de austeridade
estará sendo aplicada e, inclusive, conhecendo a competência e
confiabilidade dos novos gestores.
Ademais, Lula acumulou muitos
questionamentos relacionados ao seu comportamento é a de pessoas a ele
muito próximas o que, com certeza, criou para ele, um imenso telhado de
vidro. Ou seja, diante de todo o poder que enfeixou nas suas mãos,
nesses últimos doze anos e, os escândalos que vem pipocando, são a ele
atribuída a responsabilidade, diretamente ou indiretamente, pelos
desvios de conduta da companheirada! Com certeza, muita coisa nele
respingará ou será explorada para mostrar ou a sua conivência ou a sua
leniencia para com os mal feitos ou para com a má conduta dos parceiros e
aliados.
Também, pesará na sua decisão a reflexão de que, quando
se candidatava em 2002, naquela oportunidade ele sabia que iria receber
um governo bem arrumadinho, com uma equipe econômica básica da melhor
qualidade e acreditada no mercado, além de ter conhecimento de estudos
de perspectivas mostrando que a economia mundial ia ingressar num
período de expansão dinâmica, com saudáveis reflexos sobre as economias
emergentes. Ademais, havia, no mercado, abundância de fundos e recursos
financeiros internacionais em busca de oportunidades de investimentos e,
como fator desequilibrador, de forma positiva, uma China que iria
bombar, com a sua demanda, o mercado de commodities, notadamente o de
alimentos e o de minerais estratégicos.
Por outro lado, duas
coisas inexoráveis eram esperadas ocorrerem com Lula. Primeiro, os
desgastes, o cansaço e a diminuição do entusiasmo que o tempo e a idade
provocam, sem considerar a precariedade da saúde. Por outro, a humildade
e o medo de errar dos primeiros anos de poder, r transformaram-se em
arrogância e em prepotência.
Ademais, todo exercício do poder,
notadamente longo, produz uma legião dos que se sentem frustrados,
desencantados, injustiçados e que se acharam marginalizados ou, pela sua
avaliação, admitem que não receberam os prêmios devidos pelos
sacrifícios feitos ou a solidariedade que esperavam em momentos de
dificuldades ou de constrangimentos. Esse é um preço alto a pagar pois
muitos se sentiram pisoteados pelo próprio Lula, no seu itinerário.
Finalmente três agravantes adicionais para levar Lula a nào aceitar o
sacrifício. Um, é que a base parlamentar que a seu tempo, praticamente
não mostrava fraturas e nem dissidências, hoje é una espécie de geléia
geral. Segundo, a militância que outrora vivia de sonhos, não é mais
aquela pelo desencanto, pelo cansaço, pela frustração diante de um
partido que foi construído sob a égide da ética e a mandou para o espaço
e pelo próprio pragmatismo que a leva a exigir, agora, a retribuição
pecuniária pelo seu trabalho.
E, ”last but not least”, como ser
candidato, tendo que escantear Dilma e, com certeza, ter que enfrentar a
sua ira, ela presidindo o governo e se sentindo traída e enganada pela
base, pelo partido e pelo próprio Lula? O seu ódio e a sua vingança irão
além da de Medéia contra Jason e o contra o Rei Creonte!
Seria
muito difícil para Lula explicar como a Petrobrás quebrou e, o que valia
470 bilhões hoje vale menos da metade? E uma Eletrobrás, vendendo
energia 92% mais barato que o mercado e acumulando um prejuizo de 13
bilhões de reais em dois anos? E o desemprego que era de 5,1% atingindo
11,2%? E, todos os cabeças coroadas do partido tendo sido ou amargando o
xilindró por desvios de conduta? E por que a economia não anda, a
credibilidade caiu, ENFIM...
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