Senado "devolve" mandato de JK e de outros políticos cassados pela ditadura
Serão homenageados oito ex-parlamentares perseguidos pelo regime entre 1966 e 1969
Na última semana legislativa, o Senado faz nesta quinta-feira uma homenagem a oito parlamentares cassados durante o período da ditadura militar (1964-1985), com a devolução simbólica dos mandatos. Um dos homenageados é o ex-presidente da República Juscelino Kubitschek, o JK, então senador por Goiás.
O único ex-senador vivo é Marcello Alencar, do Rio
de Janeiro, que também foi governador do Estado e encontra-se com a
saúde frágil. No caso dos parlamentares mortos, os diplomas serão
entregues aos parentes.
Serão homenageado os ex-senadores Aarão Steinbruch (1917-1992), pelo Rio de Janeiro; Arthur Virgílio Filho (1921-1987), pelo Amazonas; João Abraão Sobrinho (1907-1993), por Goiás; Mário de Sousa Martins (1913-1994), pelo Rio de Janeiro; Pedro Ludovico Teixeira (1891-1979), por Goiás; e Wilson de Queirós Campos (1924-2001), por Pernambuco.
Os ex-parlamentares tiveram seus mandatos cassados entre 1966 e 1969.
Apenas Wilson Campos perdeu o mandato em 1975. O requerimento para a
homenagem aos parlamentares foi apresentado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
No dia 6, a Câmara dos Deputados homenageou 173
deputados cassados pela ditadura militar com a devolução simbólica dos
mandatos. Participaram da cerimônia 18 ex-parlamentares. Cada um recebeu
o diploma de deputado e o broche que identifica os membros do
Congresso. Do total de homenageados, 28 estão vivos e 145 morreram antes
de ter os direitos reconhecidos.
Na ocasião, a ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário,
disse que a homenagem faz justiça e alertou que a sociedade esteja
sempre vigilante para atos autoritários. Segundo ela, a Câmara fez o
correto ao devolver os mandatos, que eram legítimos do povo.
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