A presença dos “puxadores de votos” em coligações eleitorais é determinante para garantir a representatividade dos partidos nas Casas Legislativas.
No Ceará, nomes como o da ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT), do vereador Capitão Wagner (PR) e do deputado federal Domingos Neto (Pros) – filho do vice-governador do Estado, Domingos Filho – além de garantirem a própria eleição, podem ser capazes de sustentar a de outros candidatos com menos representatividade.
Isso é possível porque, diferentemente da eleição majoritária – em que o candidato a presidente, governador ou senador vence com 50% mais um dos votos válidos – a eleição proporcional requer procedimento distinto de contagem de votos. Para 2014, fizeram pedido de registro de candidatura, na Justiça Eleitoral, 553 nomes para deputado estadual e 196 para federal. Em 2010, foram 603 para estadual e 154 para federal.
A quantidade de votos que uma legenda ou um candidato específico pode atrair para a coligação é um dos fatores decisivos para fechar as alianças. No caso do PT, Luizianne Lins é cotada como candidata a deputada federal responsável por puxar votos para o partido, segundo o presidente da sigla, De Assis Diniz.
Além dela, o PT conta com o atual deputado José Guimarães que, em 2010, foi o segundo mais votado para a Câmara dos Deputados, atrás apenas de Domingos Neto, com 246.591 votos, que disputará a reeleição.
Partidos cearenses apostam numa média de 100 mil votos para eleger um deputado estadual, e de 200 mil para os concorrentes a cargo federal neste ano.
Estaduais
No âmbito estadual, a aposta para “puxador de votos” no PR, coligado com PMDB, PSDB, DEM e PRP, é o vereador Capitão Wagner Sousa, de acordo com o presidente do partido Lúcio Alcântara – o qual chegou a ser cotado como candidato.
Em 2012, Wagner foi o vereador mais votado de Fortaleza, com 43.655 votos, e ajudou o PR a eleger outros dois vereadores: Adelmo Martins e Márcio Cruz, ambos atualmente no Pros.
O PSol, que em 2010 obteve votações expressivas, mas não alcançou o número mínimo de votos para emplacar um parlamentar, acredita que com uma estrutura maior de candidatos para os diversos cargos poderá angariar votos suficientes para eleger até dois candidatos para deputado estadual, segundo o vereador João Alfredo.
O parlamentar disputará eleição junto com o advogado Renato Roseno que em 2010, quando concorreu a deputado federal, obteve mais de 100 mil votos, mas não se elegeu por conta do coeficiente eleitoral.
Como funcionam as eleições proporcionais:
Nas eleições proporcionais o eleitor deve estar atento aos cálculos do quociente eleitoral e do quociente partidário que determinam o número de vagas que o partido vai ocupar no Legislativo.
O quociente eleitoral é obtido a partir da divisão total de votos válidos, dados para o candidato ou legenda, pelo número de vagas a serem preenchidas. Não são contabilizados os votos brancos e nulos.
Por exemplo, um determinado Estado que tenha 800 mil votos válidos com 40 vagas em disputa, tomando por base a divisão dos votos válidos pelo número de vagas, terá um quociente eleitoral de 20 mil votos.
Os partidos que atingem o quociente eleitoral calculam, então, o quociente partidário para saber com quantas vagas cada um ficará. O quociente partidário é definido pelo resultado do número de votos válidos obtidos, pelo partido isolado ou pela coligação, dividido pelo quociente eleitoral.
Neste caso, se uma determinada coligação obtivesse 100 mil votos, garantiria cinco vagas, que seriam distribuídas para os cinco candidatos da coligação mais bem votados.
Segundo o TSE, o quociente eleitoral para eleger o primeiro deputado federal, em 2010, foi de 193.566 votos e, para estadual, 94.667. À medida que os partidos disputam as sobras, o quociente diminui.
Um dos casos mais emblemáticos foi a eleição do palhaço Tiririca para deputado federal em 2010, com 1,35 milhão de votos em São Paulo.O POVO
Fonte: IPU EM FOCO (ROGÉRIO PALHANO)
Nenhum comentário:
Postar um comentário