Dilma Rousseff e o Ceará
Luiz Cláudio Ferreira - Sociólogo
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sempre procurou
transformar a região do Nordeste em sua maior base político-eleitoral,
nos seus oito anos de mandatos. Na sua reeleição para presidência da
República, no ano de 2006, a sua base aliada elegeu os três principais
governadores nordestinos: Bahia, Pernambuco e Ceará.
O
governador eleito da Bahia foi o sindicalista Jacques Wagner, do
Partido dos Trabalhadores, que foi reeleito no pleito eleitoral de 2010,
ainda no primeiro turno. O governador eleito de Pernambuco foi o
economista Eduardo Campos, do Partido Socialista Brasileiro, e no Ceará
foi eleito outro socialista, o engenheiro Cid Gome. Ambos foram
reeleitos, nas eleições estaduais de 2010, no primeiro turno.
O
Planalto tinha três relações diferentes com os principais gestores
públicos da Região Nordeste.O governador baiano Jacques Wagner é o maior
representante do lulismo-petista entre os governadores nordestinos, com
isso sempre foi o maior beneficiado, recebendo volumosos recursos
públicos do governo federal. No segundo plano, estavam os governadores
representantes do lulismo sem PT, que são os socialistas Eduardo Campos
(PE) e o Cid Gomes (CE), mas era o governo do estado de Pernambuco, o
maior beneficiado na parceria, com o Planalto.
A
presidente Dilma Rousseff (PT), quando eleita no pleito eleitoral de
2010, no segundo turno, foi no mesmo período de reeleição, em primeiro
turno dos três principais governadores da região Nordeste. O lulismo
demonstrava a sua maior força político-eleitoral na segunda maior região
eleitoral entre as cincos do Brasil. Dilma Rousseff sempre manteve uma
relação próxima e estável, em termo administrativo, com o governador
baiano Jacques Wagner (PT), o inverso acontecia com o governador
pernambucano Eduardo Campos (PSB), nesses três primeiros anos de seu
atual mandato.
O
governador Cid Gomes sempre teve um papel secundário em relação aos
seus dois pares nordestinos, mas já começa a receber um tratamento
privilegiado do Planalto, no final do seu segundo mandato. A saída dos
quadros do Partido Socialista Brasileiro para o Partido Republicano da
Ordem Social, somente para apoiar a reeleição da presidente Dilma
Rousseff (PT), foi responsável por transformar o governador cearense no
maior representante do lulismo sem PT da região nordestina.
A
presidente Dilma Rousseff (PT) deverá priorizar a parceria
administrativo-política nos próximos meses, com o governador cearense
Cid Gomes (Pros) no mesmo nível do governador baiano Jacques Wagner
(PT), em detrimento do seu provável concorrente na sucessão
presidencial, o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB). Cid Gomes
(Pros) caminha para ser o segundo maior aliado do Planalto na região do
Nordeste.
Fonte: http://www.oestadoce.com.br/noticia/dilma-rousseff-e-o-ceara
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