Arquivo pessoal de Waldonys |
Mas poderia se chamar qualquer outro dos muitos títulos do mestre Luiz Lua Gonzaga. O fato é que o sertão, o Brasil perdeu ontem uma das vezes mais eloquentes na defesa de suas raízes nordestinas, Dominguinhos. E não precisamos o chamar de mais nada para termos no nosso inconsciência um sorriso farto, e uma simplicidade que poucas vezes tive o privilégio de ver.
Em minha curta vida pude encontrar com Dominguinhos duas vezes, pessoalmente. Uma no Ipu em meados da década passada, quando o mesmo convidado pelo amigo Eurides, pai de Waldonys, foi ao distrito de Marruais, numa inauguração do museu do Frei Aquino, e na época namorava uma prima de Waldonys e tinha acesso. Lá pude constatar de perto o quão era simples aquele moço, em detrimento do quanto ele ali diante dos meus olhos representava para a cultura nordestina.
A outra vez que o cumprimentei, foi em Fortaleza, em um encontro casual na Churrascaria Dom Spetus da Bezerra de Menezes, quando adentrei no estabelecimento para almoçar, como fã incontestável da criação gonzaguiana o identifiquei, mesmo sem trajes da lida pude constatar que era Dominguinhos, e fui ao seu encontro e o cumprimentei. Estava ali com o mesmo propósito seu, de passagem para Teresina, onde iria fazer um show, e ia de carro, já que o sanfoneiro não era muito adepto de voar.
O baião, ou caso queira, o forró ficou órfão pela segunda vez, pois com a morte de Luiz Gonzaga, o bastão foi passado para Dominguinhos, que de alguma forma deu boa sequencia a seu reinado musical. Mas agora, com a morte de Dominguinhos, os festejos juninos ficam com um vazio muito grande, e sem aquela entoada voz grave e afinada nunca mais será o mesmo.
No céu hoje terá um grande arrasta-pé ao som de Luiz Gonzaga e Dominguinhos, já pensou, que maravilha uma festa animada por esses dois? Dominguinhos se foi, mais como dizia o Gonzagão, sua obra será eterna, e nós na qualidade de amantes da SANFONA, maior instrumento rural do mundo, jamais deixaremos seu som calar.
VIVA O BAIÃO...
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