terça-feira, 24 de setembro de 2013

NOVA RUSSAS: OS NOVE MESES DA ATUAL GESTÃO



ENTENDENTO A MÁQUINA FINANCEIRA DO MUNICÍPIO

              Todo ente federativo, seja ele União, estados, municípios e o Distrito Federal são sustentados, como todos sabemos, com o dinheiro da carga tributária advinda de todos os impostos, contribuições e taxas que os cidadãos de bem ou de mau pagam de forma direta ou indireta aos cofres públicos. Esse dinheiro que eu e você caro leitor pagamos é arrecadado pelos governos de todos os níveis e escalas de Poderes Executivos através de seus setores arrecadativos onde os mesmos se transformarão nas velhas e conhecidas receitas públicas. Daí, portanto são incorporados ao patrimônio público como um Ativo pertencente ao poder público e de propriedade indireta do povo que os concedeu. Essa é a visão científica e correta do verdadeiro significado do dinheiro público oriundo a partir da necessidade concreta do ato de consumir por qualquer pessoa que faz suas compras a fim de atender suas necessidades básicas e secundárias. A partir de então é que o poder público torna-se apto, financeiramente falando, de estabelecer o que se chama de gastos ou despesas públicas, pois necessariamente não se pode praticar o dispêndio do dinheiro público sem que haja a previsão orçamentária de quanto será arrecadado de dinheiro para determinado fim, de uma forma geral (orçamento público – PPA, LDO e LOA).
            Por conseguinte, caro leitor, em especial todos os cidadãos que moram ou não no município de Nova Russas ou que de alguma forma querem o bem dessa tão honrosa e hospitaleira cidade que a posso chamá-la de Natal; adjetivo esse direcionado aos que aqui nasceram, como é o meu caso e talvez também o seu que está lendo esse artigo agora. O que de fato nós, todos nós, de uma forma ou de outra, quando consumimos bens e serviços ofertados pelo mercado especificamente de Nova Russas, contribuímos com o “inchaço” e a “robustez” dos cofres públicos do município. Isso consiste em dizer que somente nesse corrente ano, de janeiro a agosto de 2013, oito meses consecutivos, o Poder Executivo de Nova Russas e ai estão contidas as administrações direta e indireta, onde a primeira corresponde a Prefeitura Municipal e a segunda a autarquia denominada Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) o valor total arrecadado dentro do período citado foi de R$ 25.045.570,92 (vinte e cinco milhões quarenta e cinco mil quinhentos e setenta reais e noventa e dois centavos) a título de receita pública incorporada constitucionalmente ao patrimônio público da empresa pública denominada Prefeitura Municipal de Nova Russas. Se considerarmos os 08 (oito) períodos correspondentes e consecutivos mensais do ano que se estende, a média linear de arrecadação do município por mês gira em torno de R$ 3.130.696,36 (três milhões cento e trinta mil seiscentos e noventa e seis reais e trinta e seis centavos) e, ainda se considerarmos o município com atualmente cerca de 32.000 habitantes, a contribuição per capta feita aos cofres públicos do município foi de R$ 93,83 (noventa e três reais e oitenta e três centavos) por habitante por mês. Acho que você irá achar ser pouco; porém esse é um cálculo apenas das receitas transferidas ao município de Nova Russas por força constitucional, portanto, se levarmos em consideração a competência de arrecadação dos demais entes da federação, como por exemplo, estados e União, sua contribuição individual, caro leitor, foi bem maior, porém o foco desse artigo continua sendo o município de Nova Russas em especial.
              Sabedores oportunamente de como é realizado de uma forma sintética a arrecadação do governo municipal de Nova Russas, haverei de afirmar que a partir de então, o Poder Executivo está verdadeiramente preparado em termos financeiros para praticar o que se chama de despesas públicas nas suas mais variadas demandas sociais; onde a mesma está acumulada em R$ 20.947.948,64 (vinte milhões novecentos e quarenta e sete mil novecentos e quarenta e oito reais e sessenta e quatro centavos) para o mesmo período de análise da receita comentado anteriormente, ou seja, uma média de gastos mensal da ordem de R$ 2.618.493,58 (dois milhões seiscentos e dezoito mil quatrocentos e noventa e três reais e cinqüenta e oito centavos), ou seja, R$ 81,82 (oitenta e um reais e oitenta e dois centavos) per capta ou por habitante.
             Seguindo o cálculo algébrico matemático da operação denominada subtração, iremos encontrar uma diferença positiva entre receita e despesa públicas com valor de R$ 4.097.622,28 (quatro milhões noventa e sete mil seiscentos e vinte e dois reais e vinte e oito centavos). Esse valor corresponde ao Superávit total de janeiro a agosto de 2013 que está ainda encravado ou pelo menos deveria está dentro dos cofres públicos das contas correntes do município durante o período em análise. Se considerarmos cada período particular ou mensal, o superávit médio foi de 512.202,78 (quinhentos e doze mil duzentos e dois reais e setenta e oito centavos), correspondente a um superávit per capto de R$ 16,00 (dezesseis reais); valor esse que corresponde ao saldo positivo que cada contribuinte ainda tem guardado nos cofres públicos do Poder Executivo Municipal, ou pelo menos deveria ter, visto que essa análise corresponde a saldos econômicos e contábeis e não financeiros, tendo em vista a incapacidade momentânea de análise documental ou física.
            Importante ressaltar que do valor total superavitário correspondente aos 08 (oito) primeiros meses da atual gestão do município, R$ 3.799.396,44 (três milhões setecentos e noventa e nove mil trezentos e noventa e seis reais e quarenta e quatro centavos) correspondem a saldo superavitário de Fundeb, considerando o limite de gastos com magistério (60%) e extra magistério (40%) e, R$ 298.225,84 (duzentos e noventa e oito mil duzentos e vinte e cinco reais e oitenta e quatro centavos) correspondem a saldo superavitário das demais transferências constitucionais, como por exemplo, o FPM, ou seja; o município está sim com saldo em caixa, principalmente nas contas do Fundeb, enquanto que nas demais está um pouco debilitado, considerando a real necessidade de investimentos que o município necessita e implora, mostrando assim que das duas uma: ou o dinheiro público está sendo mal gerenciado pelo atual gestor através, possivelmente, de contratos exagerados ainda atualmente com temporários e cargos de comissão ou ainda a existência de contratação de serviços secundários e não essenciais a boa dinâmica da máquina pública com o objetivo do custeio das despesas correntes. Prática velha e conhecida de gestores públicos mal intencionados em desviar os recursos públicos através, por exemplo, da contratação de serviços não essenciais, assessorias diversas sem necessidades e festejos com eventos caros, se aproveitando do caráter inexigível da legislação pertinente. Portanto, essa seria uma das explicações para o baixo saldo de caixa extra Fundeb no município de Nova Russas e a falta de compromisso da atual gestão para com o reajuste específico do quadro de pessoal efetivo dos departamentos administrativos do Poder Executivo local; onde, na minha análise e opinião técnica, gostaria de repassar uma mensagem a essa amostra específica de servidores públicos que compõem o quadro administrativo: não esperem nem tão pouco especulem aumentos atrativos requeridos legitimamente por vocês! Visto o relativo e baixo saldo em contas correntes de receitas constitucionais extra Fundeb; talvez por esse motivo, ressalta-se a atitude demonstrada pela atual gestão do município em dificultar o aumento do quadro de pessoal efetivo dos departamentos administrativos. Afirmação essa que faço sem levar em conta o impacto financeiro de um provável aumento nas folhas dos administrativos efetivos, apenas estou considerando o valor ou saldo positivo nas contas extra Fundeb. Há de se entender!
            Essa é uma análise sintética e não analítica, tendo em vista apenas apreciar aos senhores leitores o caráter econômico e contábil, como já mencionado anteriormente, pois a análise financeira deverá ser substanciada de extratos bancários, fato esse fora do meu alcance nesse momento importante e oportuno. Por isso é que digo e afirmo categoricamente que o poder público municipal local, assim como talvez a grande maioria dos municípios do nosso imenso país têm atitudes públicas, porém longe de serem verdadeiramente transparentes, cabendo mais uma vez a Ciência Contábil desmistificar essa “coisa” denominada finanças públicas!!!!!!

Nova Russas, 15 de setembro de 2013

Mário Henrique
Contador

Nenhum comentário:

Postar um comentário